sábado, 25 de fevereiro de 2012

O átrio


O átrio principal do Palácio de São Bento tem um pórtico avançado concebido por Ventura Terra e é, juntamente com o refeitório dos frades, dos poucos espaços que guardam ainda memórias do antigo convento de S. Bento.

Trata-se do local onde se encontrava a igreja primitiva, de que ainda se mantém o pavimento original de mármore branco e rosa, formando decoração geométrica.


No lugar das antigas capelas laterais, agora fechadas,formando arcaria cega que funciona como uma sucessão de nichos, encontram-se bustos de Luís de Camões. 




E também os bustos de alguns parlamentares ilustres da Monarquia e da 1ª República, como: Hintze Ribeiro(1) e António Cândido(2),  Bernardino Machado(3),  António José de Almeida e Afonso Costa,  ainda o busto do Presidente da Assembleia Constituinte de 1975, Henrique de Barros.


Os sinos que hoje se encontram no átrio principal pertenceram à torre da igreja do Convento de São Bento.

 

(O sino de maiores dimensões, à esquerda, foi fundido no ano de 1638.
O sino mais pequeno, à direita, era o sino de horas e foi fundido em 1744, tal como referido na inscrição gravada numa faixa circular. Ao centro, de um dos lados, encontra-se gravada em alto-relevo a figura de S. Bento com o atributo iconográfico (báculo) e, no lado oposto, a imagem de Cristo crucificado.)





[1] Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro  iniciou a sua carreira como advogado em 1862 e foi pela primeira vez eleito deputado em 1878. Em 1881 são-lhe entregues as pastas dos Estrangeiros e das Obras Públicas, Comércio e Indústria. Foi ainda Ministro da Fazenda e Ministro dos Negócios Eclesiásticos e Justiça. Por carta régia de 1 de Janeiro de 1886, foi nomeado Par do Reino.

[2] António Cândido Ribeiro da Costa, filiado no Partido Progressista, foi Par do Reino (1891), Procurador-Geral da Coroa e parlamentar. De entre as suas funções políticas contam-se as nomeações para Ministro do Reino e da Instrução Pública e Belas-Artes (1890), Conselheiro de Estado (1902) e Presidente da Câmara dos Dignos Pares (1905). Integrou um grupo de intelectuais, conhecido como os Vencidos da Vida, tertúlia que desempenhou um papel relevante na vida política e literária do final do século XIX.

[3]  Bernardino Luís Machado Guimarães inicia a sua actividade política como monárquico. Em 1882 foi eleito deputado pelo Partido Regenerador e, em 1890, o corpo catedrático da Universidade elegeu-o Par do Reino e em 1893 assumiu a pasta das Obras Públicas. Aderiu à Maçonaria em 1874 e, 21 anos depois, foi escolhido para seu grão-mestre. Depois de, em 1903, ter aderido ao Partido Republicano Português, rapidamente ascendeu à sua presidência. Em 1910 foi Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo Provisório Republicano. Bernardino Machado foi eleito Presidente da República entre 1915 e 1919, função que volta a desempenhar em 1925. O golpe de 28 de maio de 1926 obriga-o a renunciar ao cargo e leva-o ao exílio, entre 1927 e 1940.



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