O átrio principal do Palácio de São
Bento tem um pórtico avançado concebido por Ventura Terra e
é, juntamente com o refeitório dos frades, dos poucos espaços que guardam ainda
memórias do antigo convento de S. Bento.
Trata-se do local onde se encontrava a igreja
primitiva, de que ainda se mantém o pavimento original de mármore branco e
rosa, formando decoração geométrica.
No
lugar das antigas capelas laterais, agora fechadas,formando arcaria cega que
funciona como uma sucessão de nichos, encontram-se bustos de Luís de Camões.
E
também os bustos de alguns parlamentares ilustres da Monarquia e da 1ª
República, como: Hintze Ribeiro(1) e António Cândido(2), Bernardino Machado(3), António José de Almeida e Afonso Costa,
ainda o busto do Presidente da Assembleia Constituinte
de 1975, Henrique de Barros.


Os sinos que
hoje se encontram no átrio principal pertenceram à torre da igreja do Convento
de São Bento.

(O
sino de maiores dimensões, à esquerda, foi fundido no ano de 1638.
O
sino mais pequeno, à direita, era o sino de horas e foi fundido em 1744, tal
como referido na inscrição gravada numa faixa circular. Ao centro, de um dos
lados, encontra-se gravada em alto-relevo a figura de S. Bento com o atributo
iconográfico (báculo) e, no lado oposto, a imagem de Cristo crucificado.)
[1] Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro iniciou a sua carreira como advogado
em 1862 e foi pela primeira vez eleito deputado em 1878. Em 1881 são-lhe
entregues as pastas dos Estrangeiros e das Obras Públicas, Comércio e
Indústria. Foi ainda Ministro da Fazenda e Ministro dos Negócios Eclesiásticos
e Justiça. Por carta régia de 1 de Janeiro de 1886, foi nomeado Par do Reino.
[2] António Cândido Ribeiro da Costa, filiado no Partido
Progressista, foi Par do Reino (1891), Procurador-Geral da Coroa e parlamentar.
De entre as suas funções políticas contam-se as nomeações para Ministro do
Reino e da Instrução Pública e Belas-Artes (1890), Conselheiro de Estado (1902)
e Presidente da Câmara dos Dignos Pares (1905). Integrou um grupo de
intelectuais, conhecido como os Vencidos da Vida, tertúlia que desempenhou um
papel relevante na vida política e literária do final do século XIX.
[3] Bernardino Luís Machado Guimarães inicia a sua actividade
política como monárquico. Em 1882 foi eleito deputado pelo Partido Regenerador
e, em 1890, o corpo catedrático da Universidade elegeu-o Par do Reino e em 1893
assumiu a pasta das Obras Públicas. Aderiu à Maçonaria em 1874 e, 21 anos
depois, foi escolhido para seu grão-mestre. Depois de, em 1903, ter aderido ao
Partido Republicano Português, rapidamente ascendeu à sua presidência. Em 1910
foi Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo Provisório Republicano.
Bernardino Machado foi eleito Presidente da República entre 1915 e 1919, função
que volta a desempenhar em 1925. O golpe de 28 de maio de 1926 obriga-o a renunciar
ao cargo e leva-o ao exílio, entre 1927 e 1940.
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