domingo, 26 de fevereiro de 2012

Biblioteca


A Biblioteca da Assembleia da República tem origem na antiga Biblioteca das Cortes, criada em 1836 por decreto do Ministro Manuel da Silva Passos (Passos Manuel), para o serviço do Corpo Legislativo. Acolheu um espólio inicial com cerca de 7300 volumes, 
provenientes do Depósito Geral das Livrarias dos Extintos Conventos, criado em 1834.

Com a designação de Biblioteca da Assembleia Nacional durante o Estado Novo, foi mobilada em 1936 com estantes em dois pisos com galerias de acesso, mesas de leitura e cadeiras em madeira de carvalho, procurando recriar o ambiente de uma biblioteca conventual renascentista . 

Actualmente possui mais de 100.000 volumes, sendo a sua maioria relacionada com a actividade parlamentar, e as restantes sobre História, Direito, Economia, Estatística e textos de organizações internacionais, contando também com um "Fundo Antigo e Documentos Reservados" onde se conservam exemplares dos séculos XVI e XVII.


O espaço correspondente ao antigo refeitório dos frades sofreu significativas intervenções que lhe retiraram escala com o corte do seu pé direito duplo para criação de um piso intermédio onde vieram a ser instalados gabinetes. Porém mantêm-se algumas características de origem conventual ao nível do pavimento que ainda conserva uma parte enxaquetada em mármore branco e negro, e das paredes, onde permanecem 18 dos painéis de azulejos originais.


De possível proveniência oficinal lisboeta, são pintados a azul sobre fundo branco, com cercaduras polícromas a amarelo, roxo, verde e azul. 11 dos painéis representam episódios da vida de São Bento e os restantes 7 reproduzem cenas da vida quotidiana. 
 
Os 11 painéis hagiográficos são baseados na biografia escrita por Gregório Magno, em 593, e iconograficamente relacionados com as gravuras italianas de Bernardino Passeri que ilustravam o Speculum et aexemplum christicolarum. 
Vita Beatissimi Patris Benedicti, publicado no final do século XVI por Ângelo Sangrino e profusamente utilizados como fonte para a realização de outros painéis de azulejos.

Os 7 painéis, com temas de género, são iconograficamente relacionáveis com gravuras francesas da época.

Neste antigo espaço conventual esteve instalado o Arquivo Nacional da Torre do Tombo até 1990, data em que passou para o edifício da Alameda das Universidades edificado para o propósito. Submetido a obras de adaptação que ainda decorrem, virá a ser a futura sala de exposição permanente do Museu da Assembleia da República. 


A Sala dos Arcos, em parte original do antigo convento, funciona como sala de leitura do Arquivo Histórico-Parlamentar, onde os utilizadores podem consultar a documentação referente aos quase 200 anos da história constitucional portuguesa.


Sem comentários:

Enviar um comentário