No
topo da Escadaria Nobre, a sala dos Passos Perdidos, adjacente à sala das
Sessões, funciona como o grande centro de encontros e desencontros entre os
deputados, membros do governo e jornalistas.
A sala foi erguida por cima do átrio, respeitando e
seguindo o traçado e dimensões deste, já por si adaptadas ao desenho original
da igreja conventual beneditina.
O tecto está decorado com pinturas
em dois grupos de três figuras alegóricas, um em cada uma das duas lunetas
situadas nos extremos da abóbada (a Lei, a Justiça e a Sapiência; a Independência,
a Soberania e a Pátria).
As
paredes, de mármore branco e rosa, são marcadas por 18 pilares duplos
adossados, e decoradas, entre eles, com 6 painéis, pintados a óleo sobre tela
por Columbano Bordalo Pinheiro.
O pintor, que já se havia
dedicado a decorações em edifícios públicos, tais como as do Museu de
Artilharia, seguiu as exigências da encomenda de 1921 na representação das 22
figuras da História portuguesa, desde o séc. XIII ao séc. XIX, ligadas à
política, à oratória e à administração pública. As imagens das pinturas retractam as
seguinte personalidades históricas:
- D. Dinis, João das Regras e D. João II;
- Febo Moniz, Padre António Vieira, Conde da Ericeira e João Pinto Ribeiro;
- Conde de Castelo Melhor, D. Luís da Cunha, Marquês de Pombal e José Seabra da Silva;
- Manuel Fernandes Tomáz, Manuel Borges Carneiro e Joaquim António de Aguiar;
- Mouzinho da Silveira, Duque de Palmela, Duque de Saldanha e José da Silva Carvalho;
- Passos Manuel, Almeida Garret, Alexandre Herculano e José Estevão de Magalhães
Estes
seis painéis de Columbano Bordalo Pinheiro formam um conjunto histórico com um
discurso que se desenvolve cronologicamente, desde a tela onde estão
representadas as personagens medievais, até àquela onde surgem as figuras
contemporâneas.
A sua disposição é agrupada e a sua apresentação
faz-se no sentido da leitura ocidental (da esquerda para a direita).
Comprometidas ainda com o Romantismo na carga dramática da
representação, e tocando já o Naturalismo ao nível da plasticidade das formas,
da diluição dos seus contornos nos fundos e da liberdade da mancha cromática,
estas seis pinturas não só marcam a presença mais significativa de Columbano no
Palácio de São Bento, mas também assumem importância na Obra do artista.
As paredes recuadas ao
fundo da sala, no acesso à escadaria, representam Viriato e uma alegoria á
Convenção de Évora-Monte.
Por
cima das portas laterais, encontram-se quatro leões em gesso patinado e á esquerda, no acesso à sala da República
(também chamada da Imprensa, por nela decorrerem as conferências de imprensa),
está exposta uma cabeça de República, em bronze.
Sem comentários:
Enviar um comentário