domingo, 26 de fevereiro de 2012

Sala dos Passos Perdidos


No topo da Escadaria Nobre, a sala dos Passos Perdidos, adjacente à sala das Sessões, funciona como o grande centro de encontros e desencontros entre os deputados, membros do governo e jornalistas. 

A sala  foi erguida por cima do átrio, respeitando e seguindo o traçado e dimensões deste, já por si adaptadas ao desenho original da igreja conventual beneditina. 




O  tecto está decorado com pinturas em dois grupos de três figuras alegóricas, um em cada uma das duas lunetas situadas nos extremos da abóbada (a Lei, a Justiça e a Sapiência; a Independência, a Soberania e a Pátria).

As paredes, de mármore branco e rosa, são marcadas por 18 pilares duplos adossados, e decoradas, entre eles, com 6 painéis, pintados a óleo sobre tela por Columbano Bordalo Pinheiro. 
O pintor, que já se havia dedicado a decorações em edifícios públicos, tais como as do Museu de Artilharia, seguiu as exigências da encomenda de 1921 na representação das 22 figuras da História portuguesa, desde o séc. XIII ao séc. XIX, ligadas à política, à oratória e à administração pública. As imagens das pinturas retractam as seguinte personalidades históricas: 
- D. Dinis, João das Regras e D. João II; 
- Febo Moniz, Padre António Vieira, Conde da Ericeira e João Pinto Ribeiro;
- Conde de Castelo Melhor, D. Luís da Cunha, Marquês de Pombal e José Seabra da Silva;
- Manuel Fernandes Tomáz, Manuel Borges Carneiro e Joaquim António de Aguiar; 
- Mouzinho da Silveira, Duque de Palmela, Duque de Saldanha e José da Silva Carvalho;
- Passos Manuel, Almeida Garret, Alexandre Herculano e José Estevão de Magalhães



Estes seis painéis de Columbano Bordalo Pinheiro formam um conjunto histórico com um discurso que se desenvolve cronologicamente, desde a tela onde estão representadas as personagens medievais, até àquela onde surgem as figuras contemporâneas.
A sua disposição é agrupada e a sua apresentação faz-se no sentido da leitura ocidental (da esquerda para a direita).

Comprometidas ainda com o Romantismo na carga dramática da representação, e tocando já o Naturalismo ao nível da plasticidade das formas, da diluição dos seus contornos nos fundos e da liberdade da mancha cromática, estas seis pinturas não só marcam a presença mais significativa de Columbano no Palácio de São Bento, mas também assumem importância na Obra do artista. 

As paredes recuadas ao fundo da sala, no acesso à escadaria, representam Viriato e uma alegoria á Convenção de Évora-Monte.



Por cima das portas laterais, encontram-se quatro leões em gesso patinado e á  esquerda, no acesso à sala da República (também chamada da Imprensa, por nela decorrerem as conferências de imprensa), está exposta uma cabeça de República, em bronze.





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